quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Aspectos Relacionados Com a Otimização do Treinamento Aeróbio Para o Alto Rendimento

   
             


 
Em atletas altamente treinados, a precisão na elaboração do treinamento pode ser o meio mais seguro para a melhora do rendimento, pois nesses indivíduos é comum a carga de treinamento oscilar entre o estímulo insuficiente e o aparecimento do excesso de treinamento. Existe, portanto, uma variedade muito grande de fatores que devem ser considerados na elaboração de um programa de treinamento.
 
Simplesmente colocar um atleta para se exercitar em intensidades próximas (na intensidade ou acima) àquela da prova, provavelmente, garantiria estímulos capazes de melhorar o rendimento na intensidade desejada. Portanto, a principal vantagem do treino intervalado seria a capacidade de poder realizar um número muito grande de combinações entre duração e intensidade do esforço vs. duração e intensidade da pausa, a fim de que o atleta possa se exercitar o maior tempo possível na intensidade requerida. Com isso, conseguiria obter maior estímulo para as adaptações necessárias à melhora do  rendimento.  Para a programação, se a frequência for muito baixa, o próximo estímulo será realizado após a fase de supercompensa­ção, na qual já estaria ocorrendo uma queda da capacidade adquirida. Com esse tipo de periodização não seria esperado obter melhoras com o treinamento. Se a frequência for alta, os estímulos serão aplicados na fase de recuperação (antes do período de supercompensação), o que pode causar lesões, queda no condicionamento ou excesso de treinamento (overtraining).  Em atletas é muito comum ocorrer há soma de estímulos. Através de sessões de treinos consecutivos o estímulo pode ser maior e após um adequado período de recupera­ção poderá haver maior supercompensação. Esse método tem sido usado, por exemplo, para induzir atletas a aumentar os estoques de glicogênio e a utilização de gorduras como substrato, através da sucessão de sessões de treinos intensos que conseguem diminuir os níveis de glicogênio a valores críticos. No entanto, esse tipo de treinamento que provavelmente induza maiores adaptações deve ser realizado com muita cautela, para que não ocorram exageros nas intensidades e no número de treinos somados.
Durante uma “janela aberta” de disfunção imune, que pode durar de três a 72 horas, depen­dendo do tipo de treinamento, vírus e bactérias podem ganhar espaço, aumentando o risco de possíveis infecções. Desta forma  os dias em que o atleta apresenta dor muscular, a me­lhor maneira de acelerar a recuperação parece ser o exercício muito leve ou repouso.
A importância de um período de polimento seguindo uma fase de volume e intensidade de treinamento aumentado parece ser essencial. Quando a carga de treinamento é reduzida, a velocidade é perdida mais rapidamen­te que a resistência; assim, durante o polimento, reduzir o volume e man­ter ou aumentar a intensidade permitem recuperação completa e prepa­ram o atleta para atingir o melhor desempenho durante a competição. O entendimento dos mecanismos de fadiga e das respostas fisio­lógicas associadas às diferentes durações e intensidades de exercício é essencial para uma correta elaboração das sessões de treinamento, mesmo quando esse treinamento é prescrito utilizando os diferentes índices de aptidão funcional.
Rev Bras Med Esporte – Vol. 16, No 1 – Jan/Fev, 2010


Mariana Fernandes Mendes de Oliveira1
Fabrizio Caputo1
Camila Coelho Greco2
Benedito Sérgio Denadai2

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