Simplesmente colocar um atleta para se exercitar em intensidades próximas (na intensidade ou acima) àquela da prova, provavelmente, garantiria estímulos capazes de melhorar o rendimento na intensidade desejada. Portanto, a principal vantagem do treino intervalado seria a capacidade de poder realizar um número muito grande de combinações entre duração e intensidade do esforço vs. duração e intensidade da pausa, a fim de que o atleta possa se exercitar o maior tempo possível na intensidade requerida. Com isso, conseguiria obter maior estímulo para as adaptações necessárias à melhora do rendimento. Para a programação, se a frequência for muito baixa, o próximo estímulo será realizado após a fase de supercompensação, na qual já estaria ocorrendo uma queda da capacidade adquirida. Com esse tipo de periodização não seria esperado obter melhoras com o treinamento. Se a frequência for alta, os estímulos serão aplicados na fase de recuperação (antes do período de supercompensação), o que pode causar lesões, queda no condicionamento ou excesso de treinamento (overtraining). Em atletas é muito comum ocorrer há soma de estímulos. Através de sessões de treinos consecutivos o estímulo pode ser maior e após um adequado período de recuperação poderá haver maior supercompensação. Esse método tem sido usado, por exemplo, para induzir atletas a aumentar os estoques de glicogênio e a utilização de gorduras como substrato, através da sucessão de sessões de treinos intensos que conseguem diminuir os níveis de glicogênio a valores críticos. No entanto, esse tipo de treinamento que provavelmente induza maiores adaptações deve ser realizado com muita cautela, para que não ocorram exageros nas intensidades e no número de treinos somados.
Durante
uma “janela aberta” de disfunção imune, que pode durar de três a 72 horas,
dependendo do tipo de treinamento, vírus e bactérias podem ganhar espaço,
aumentando o risco de possíveis infecções. Desta forma os dias em que o atleta apresenta dor
muscular, a melhor maneira de acelerar a recuperação parece ser o exercício
muito leve ou repouso.
A
importância de um período de polimento seguindo uma fase de volume e
intensidade de treinamento aumentado parece ser essencial. Quando a carga de
treinamento é reduzida, a velocidade é perdida mais rapidamente que a
resistência; assim, durante o polimento, reduzir o volume e manter ou aumentar
a intensidade permitem recuperação completa e preparam o atleta para atingir o
melhor desempenho durante a competição. O entendimento dos mecanismos de fadiga
e das respostas fisiológicas associadas às diferentes durações e intensidades
de exercício é essencial para uma correta elaboração das sessões de
treinamento, mesmo quando esse treinamento é prescrito utilizando os diferentes
índices de aptidão funcional.
Mariana Fernandes Mendes de Oliveira1
Fabrizio Caputo1
Camila Coelho Greco2
Benedito Sérgio Denadai2
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário