Quem pratica atividade física com regularidade sabe que interromper o treino por um período longo prejudica os resultados obtidos com dedicação e disciplina. Por outro lado, descansar também é importante, necessário e recomendado por especialistas. Mas qual o tempo ideal para tirar férias da malhação sem perder os benefícios conquistados com os exercícios? Os educadores físicos Graça Monteiro, Eduardo Monteiro e Armando Jr. Largura respondem essa pergunta e dão dicas para quem vai ficar longe da academia.
Descansar também faz parte do treinamento físico
Interromper a malhação por um período longo prejudica o treinamento físico. Dependendo do tempo longe da atividade, o retorno pode significar recomeçar do zero. Mas uma paradinha de leve é saudável. Você não precisa se sentir culpada por não ir à academia por uma ou duas semanas, pois nesse tempo a perda fisiológica não é significativa. Problema é o afastamento por mais de três semanas. Neste caso, pernas torneadas, barriga sarada e bíceps em dia ficam ameaçados.
De acordo com os educadores físicos Graça Monteiro, Eduardo Monteiro e Armando Jr. Largura, do Studio Viva + Treinamento Especializado, uma interrupção também é importante, necessária e recomendada. Contudo, quanto mais tempo longe da atividade física, maior é a perda de tudo que foi conquistado com muito suor. Para não colocar nada em risco, a solução é aproveitar os dias de descanso, mas não ficar totalmente parada. Um passeio a pé, uma caminhada na praia, subir escadas em vez de usar o elevador, uma partida de futebol, ou qualquer outro esporte, mexe com os músculos e contribui para diminuir o acúmulo de calorias.
Eduardo lembra que períodos de descanso fazem parte do treino. “Um programa de treinamento começa com a adaptação do aluno e aumenta em intensidade ou volume, por um determinado tempo. O período de descanso faz parte do treino e possibilita a recuperação, tanto física quanto emocional”, reafirma. Graça acrescenta que o perfil e as condições físicas da pessoa, o tempo das férias e a continuidade ou não da atividade física (mesmo que de forma pouco intensa e com atividades diferenciadas do treino na academia) são levadas em consideração pelo profissional na hora de montar o programa de treinamento e ajudar o aluno a atingir ou manter seus objetivos.
Saia da rotina
Quem treina de forma contínua, normalmente, não consegue ficar muito tempo sem atividade física. O professor Armando Jr. Largura recomenda que esses alunos se dediquem a atividades diferentes nas férias da malhação. “As pessoas têm trabalho, família, faculdade, academia, então é importante mudar essa rotina”, salienta. Graça Monteiro sugere que o aluno respeite as próprias preferências e escolha algo que goste de fazer. “Uns preferem caminhar, outros correr. Outros jogar tênis ou golfe.” De acordo com ela, o importante é não ficar parado, pois o acúmulo de calorias ocorre quando se ingere mais energia do que se gasta.
Recomendação
É importante manter a regularidade da atividade física e a frequência ideal varia de acordo com os objetivos individuais. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza 30 minutos diários de exercícios para manter a saúde.
De olho nos músculos
1 Com o treino contínuo, os músculos ficam tonificados. Quando os exercícios são interrompidos, os músculos mantêm a tonificação por certo período, mas vão perdendo força e resistência gradativamente. Se a interrupção do treino durar um mês, por exemplo, no retorno o aluno tem 70% da tonicidade que tinha alcançado antes de interromper a atividade física.
2 A perda de força e resistência muscular também depende de outras variáveis, entre elas o tempo de treinamento antes das férias, a predisposição genética e a idade. Ao retomar os exercícios é importante fazer uma nova avaliação física para que o educador físico reavalie o nível do condicionamento, levando em consideração se o aluno ficou mais sedentário ou não, se cuidou da alimentação ou não.
3 Graça Monteiro faz um alerta aos portadores de patologias como diabetes e hipertensão. Quando em treinamento contínuo, essas pessoas costumam ter as dosagens dos medicamentos diminuídas por seus médicos. Quando tiram férias ou interrompem a atividade física, devem tomar o cuidado de conversar com o médico para que ele reavalie a dosagem.
Texto extraído da reportagem do Jornal Diário de Canoas - março de 2012 - caderno Mulher.